E as patacas também som cousa de Madrid

Patacas

Onte falavamos com um produtor de patacas dum dos concelhos afetados pola traça guatemalteca. Manifestava a sua preocupaçom pola possível perda da sua principal fonte de ingressos, o seu mal-estar pola falta de informaçom por parte da administraçom e o seu enfado polo desleixo da Xunta que converteu o que era um problema focalizado numha praga que afeta a umha parte significativa do nosso territorio.

A falta de informaçom às afetadas e aos afetados e a confusom seguem caracterizando a açom da Xunta. Declara sem vergonha a conselheira do meio rural que está esperando a que em Madrid decidam que fazer, a que em Madrid aprovem um decreto. Afirma-se no Estatuto de Autonomia que, de acordo com as bases e a ordenaçom da atuaçom económica geral e a política monetária do Estado, temos competência exclusiva sobre agricultura.  Como bom partido espanhol o PP renúncia a elas, esquece-se dos interesses das galegas e dos galegos e espera ordens da metrópole.

Em Madrid, sem embargo, nom tenhem pressa. Nom é de estranhar, para eles é um assunto sem importância situado da esquina noroeste, muito afastado das preocupaçons da capital. A produçom de pataca é marginal na agricultura do conjunto do Estado, apenas arredor de 1% do valor da produçom da rama agrária, um peso mínimo no conjunto das exportaçons agroalimentárias e um saldo claramente deficitário no comercio exterior. Nom é assim na Galiza, a importância relativa da produçom de patacas na nossa agricultura quintuplica a que tem no conjunto do Estado. Procedem da Galiza mais de 20% das patacas que se produzem no Estado Espanhol, superamos em 70% a produçom de Andalucia a pesar de termos umha superficie muito inferior. Alguém pensa que seria possível tal desleixo se for umha praga que afetasse a algum dos produtos estrela da agricultura espanhola? 

Dis que somos o país dos comedores de patacas mas sobre as nossas patacas, ao igual que sobre tantas outras cousas, decidem em Madrid.

 

Artigo publicado en Sermos Galiza (11-02-2017)